Acerca de
História do Município de Elisiário
Sabe-se pelo relato ainda no passado, do primeiro morador da região, Sr. José Ribeiro Ferraz, que Elisiário Ferreira de Camargo Andrade, residente em Campinas SP, era proprietário de uma gleba de terras com milhares de alqueires cobertos de matas virgens, nesta região do planalto ocidental do estado de S. Paulo, hoje denominado de Média Araraquarense.
Em 1865, o Sr. Elisiário teve a iniciativa de lotear a sua gleba, subdividindo-a com seus filhos, de acordo com os acidentes geográficos das mesmas.
Entretanto, no ano de 1873, aportava por aqui o primeiro morador, tendo mais tarde o seu nome ligado à história da fundação do povoado de Elisiário. Trata-se do Sr. José Ribeiro Ferraz, que teria vindo com 17 anos de idade, da cidade de Sorocaba SP, junto com seus pais no inicio do ano de 1868, fazendo moradia na Vila de Campo Triste(hoje Itajobi) e que em 1873, comprara 150 alqueires de terras de Nicolau Rheeder, engenheiro à serviço de Elisiário Ferreira.
O Sr. Ferraz, após instalar-se nesse mesmo ano em sua gleba, encontrou vários obstáculos, como a rusticidade da mata virgem, falta de estradas e a preocupação embora pacífica, das visitas dos índios Tapuias, que tinham uma aldeia as margens do rio Tietê. Mais o pior de tudo isso, era a presença de andarilhos dispersos pela mata, muito dos quais lhes eram imputados crimes nas cidades e que se homiziavam por aqui para escapar da justiça, trazendo inquietação aos moradores.
Mas essa adversidade não alterou à sua sobrevivência, se bem que, em poucos anos de trabalho profícuo foi suficiente para a formação das lavouras de subsistência, com colheitas abundantes e por consequência um bom desenvolvimento econômico, com garantia das lavouras de feijão, arroz, milho, cana, algodão, mandioca e o pasto para os animais de sela, para o gado leiteiro e os bois de carros. O monjolo para transformar o milho em farinha, o engenho para espremer a cana e fazer rapaduras. O descaroçador, a roca e o tear para manufaturar o algodão, produzindo um tipo de tecido grosseiro para roupas de trabalho.
Uma vez a cada três anos, viajavam em carros de bois para as cidades de S.Carlos ou Araraquara, em busca dos elementos essenciais à vida neste sertão. De lá traziam o ferro que era comprado em barras de várias espessuras, que aqui nas forjas caseiras eram transformados em centenas de utilidades. Também traziam tecidos finos para confecções de roupas e outros pertences para uso em dias festivos. O sal grosso, o mercúrio também chamado de azougue para curar as feridas dos animais, munições e armas de fogo, ferramentas dos mais variados tipos para o trabalho na lavoura e a indispensável caixa homeopática, pois para curar as doenças do povo, além dos chás, fazia necessário o uso da homeopatia.
Até a virada do século, o desmatamento foi praticado de forma muito lenta, visto que a região estava pouco habitada. Depois do ano de 1900, o café que estava com boa cotação no mercado financeiro, as exportações aumentando, trazendo abundantes reservas para o país, a procura de terras para o cultivo do café, criara impulso, visto que era um tipo de cultura que estava enriquecido tanto aqueles que produziam, como aqueles que compravam e exportavam café.
Então essa imensa região coberta de floresta que dormia o sono secular da virgindade sofrera impetuosa devastação do homem, movido pelo ímpeto da fortuna.
Mas junto com essa ganancia de riquezas veio também o progresso num ritmo de atividade econômica vertiginosa.
Quando estava terminando a subdivisão do grande latifúndio da família Ferreira de Camargo e a região estava sendo intensamente preparada para o plantio de café, por volta do ano de 1908, (dados à controvérsia sobre a data da fundação do 1º e 2º loteamento, citamos as datas que após inúmeras pesquisas, achamos ser as mais prováveis) os filhos do Sr. Elisiário Ferreira Camargo de Andrade, com intenção de homenagear seu pai, loteou mais ou menos 25 hectares de terras de suas propriedades, formando um pequeno povoado, que recebeu o nome de Vila Elisiário, pertencendo ao município e Comarca de Sao José do Rio Preto SP.
Da vida do Sr. Elisiário Ferreira, pouco se sabe, mesmo porque era este Senhorde discernimento altamente discreto e não falava de sua vida e de seus negócios nem mesmo com amigos. Temos conhecimentos que residiu na cidade de Campinas SP, onde existe uma rua com o nome de Elisiário Ferreira Camargo de Andrade, que teria transferido sua residência mais tarde, para a cidade de S. Paulo. Sabemos também que era casada com Dona Maria Joana Penteado. Foram feitos buscas em listas telefônicas dessas cidades, mas nada foi encontrado que pudesse nos orientar para contacto com alguém, que seriam seus descendentes.
Quanto ao Sr. José Ribeiro Ferraz, sabemos que, do primeiro casamento com Dona Francisca de Carvalho Negrão, tiveram 14 filhos, enviuvando em 1910, e que em 1917, casou-se com Dona Ana Maria de Jesus, tendo deste casamento mais 6 filhos. Em 1920, pela amizade que tinha pelo Sr. Elisiário, que eram companheiros em caçadas de animais silvestres, que era o entretenimento preferido desses senhores, resolveu por bem, contratar o agrimensor Gumercindo Martins, e loteou anexo ao Patrimônio de Elisiário, mais ou menos 16 hectares de terras de sua propriedade, doando uma quadra de 01 hectare de terras, para a construção de uma Capela em louvor à São Bento, onde hoje se encontra a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau Benedito Borges da Silveira. Doou também ½ hectare de terras para a construção do Cemitério, que representa hoje as quadras de nºs1,2,3 e 4, do referido Cemitério.
Importa dizer que a essa altura, Elisiário não mais pertencia à São José do Rio Preto, posto que dado ao desenvolvimento rápido de Vila Adolfo e que pela Lei Estadual nº 1564 de 17 de novembro de 1917 tornara-se município, passando a Chamar-se Catanduva, fazendo parte deste recém criado município, também Elisiário. Nadécada de 20, deu-se a ocupação em massa da região. Imigrantes e filhos de imigrantes, principalmente italianos, espanhóis e portugueses, adentraram a região no afã de produzir café. Grandes e pequenos proprietários de terras, colonos e formadores de cafeeiros, tinham a mesma idéia: Plantar café.
Não obstante, ainda com notável escassez de moradias, no começo dessa década já se encontravam espalhados pelas Av. 11 e 13 e rua 2, respectivamente hoje chamadas de Av. Rade Gebara, José Riscala e Rua Benedito Borges da Silveira, várias casas comerciais, como os armazéns de secos e molhados do Carlos Barozzi, do Mendes, do Julio Rosa, do João Mercante que também era pensão, o salão do João Barbeiro, a marcenaria do Zé Baiano, o botequim(bar) do Ignácio, a Farmácia do farmacêutico Narciso da Silva Rosa, o médico Dr. Azevedo, o açougue do Vitalino, que aliás os abates de gados eram feitos no próprio local de vendas de carnes, uma serraria para madeiras do ngeloMoretim, que localizava num terreno desmembrado da fazenda Buenos Aires, cujo acesso era a Av. 11, uma pista de Raia para competição de corridas de cavalos, uma escola até o 3º grau primário com nome de Escola Reunidas de Elisiário e a feliz esperança de futuro promissor com a chegada do traçado da Estrada de Ferro S.Paulo- Mato Grosso, queconforme escritura pública, de venda e compra, lavrada nas notas do 11° Tabelião da cidade de S. Paulo, em 31 de janeiro de 1919, desta constando que , Elisiário Ferreira de Camargo Andrade e a/m Maria Joana Penteado Ferreira, transmitiram à Carlos Necher, industrial, residente em Araraquara, concessionário da Estrada de Ferro S. Paulo-Mato Grosso , uma faixa de terreno de fazendo Buenos Aires, que terá a largura ao tráfego da referida ferrovia e também as áreas de terrenos necessários à estação, inclusive um quarteirão de terreno na Vila Elisiário, pelo valor de RS 1:000$000 (um conto de reis).
No entanto, o loteamento feito pelo Sr. Ferraz, começou com notável desenvolvimento cujas causas devia-se à agricultura, com o café produzindo as primeiras colheitas, estimulando o ânimo Dops moradores e de muito outros que vieram, muito deles com a finalidade de abrir uma casa comercial.
Porém, a Companhia de Estrada de Ferro Araraquara (sucessora), por vários motivos desviou a rota da até então Companhia de Estrada de Ferro S. Paulo-Mato Grosso, também conhecida de Douradênse, pois a intenção desta era levar seus trilhos até a cidade de Dourada MT. Diante disso a então Vila Elisiário e o Bairro Caputira, que já tinham sido construídos os prédios dessas estações, ficou fora do traçado ferroviário, ficando validado outra rota, que é a atual, de Catanduva segue para Catiguá, até a cidade de Santa Fé do Sul, as margens do Rio Paraná.
Frente a isso, essa mudança repercutiu de forma caótica na população de Elisiário, principalmente nos comerciantes, que com medo da derrocada foram aos poucos fechando os seus estabelecimentos comerciais.
Contudo, nesse intervalo de tempo o loteamento da Nova Elisiário (como estava sendo chamado), progredia com admirável rapidez, muitas casas comerciais se estabelecia ao longo da rua 2, hoje Benedito Borges da Silveira. A construção da Capéla, já tinham erguido um cruzeiro e o projeto arquitetônico da Capéla, já estava à disposição da Comissão Administrativa, tudo isso com festas e leiloes para angariar meios.
Contudo já estar com milhares de tijolos ao redor da futura obra, houve uma dissidência de opiniões entre moradores. Haja visto que no primeiro loteamento feito pelo Sr. Elisiário Ferreira, não foi reservado um terreno para à construção de uma Capela e nem de cemitério, enquanto o segundo loteamento feito pelo Sr. Ferraz, tinha reservado tanto uma como à outra causa e a corrente de opiniões era que requeressem à Comarca de Catanduva, por meios uma lei estadual à jurisdição distrital com outro nome.
Mas antes da elaboração desta lei, criando a jurisdição distrital, e diante da insistente disputa entre moradores, o Coronel Joao Penteado de Camargo, filho de Elisiário Ferreira, e sua esposa Dona Danguita Junqueira Penteado, residente em Ribeirão Preto SP e também proprietários da fazenda Buenos Aires, anexado neste patrimônio, resolveu por bem, doar ao Arcebispo de S. Carlos, Dom José Marcondes de Melo, uma quadra de terra com área de 01 hectare, para à construção de uma Capela e mais uma data de terra (800 m²) para a construção de uma casa Paroquial, em escritura lavrada em 11 de setembro de 1922, no Cartório do 2º Oficio da Comarca de Catanduva, sendo vinculado nesta escritura de doação que, a comissão Pró-Construção da Capela, se comprometia à entregar 35.000 tijolos e 10.000 telhas para à construção de mesma e a instituição por parte do doador, que fosse mantido o nome do Povoado de Vila Elisiário.
O Padroeiro desta freguesia, foi titulado pelo seu primeiro pároco, Padre Albino Alves da Cunha e Silva, em honra e louvor à Nossa Senhora Imaculada Conceição, mais tarde, quando esse primeiro loteamento entrara em recesso, essa Capela, permaneceu unida, soberana, onde realizou memoráveis eventos, em épocas de festividades religiosas, principalmente nas ocasiões das visitas dos Padres Redentoristas Missionários, tendo como chefe de seus confrades o Padre Vitor Coelho de Almeida, que pela sua eloqüência oratória conseguia reunir milhares fiéis , numa confraternização incomum.
Em 1922, o Cemitério estava terminado, cercado de lasca de madeiras e aos 9 de abril daquele ano deu-se o primeiro sepultamento.
Em 1923, dado ao desenvolvimento do povoado, e por força da Lei Estadual nº 1935, de 29 de novembro de 1923, assinada pelo Presidente do Estado de S. Paulo, Dr. Washington Luiz Ferreira de Souza, era elevado o povoado de Elisiário, à condição de Distrito de Paz, pertencendo ao Município e Comarca de Catanduva. No dia 17 de fevereiro de 1924, deu-se a eleição para escolha de Juízes de Paz, cujas respectivas apurações deram-se no Fórum da sede municipal sobre a presidência do MM. Juiz de Direito, Dr. Raimundo Cândido Mergulhão, pelo qual foram eleitos para exercerem a função, os três mais votados, que foram os Srs. José Francisco da Rocha, 204 votos: Francisco Barbieri, 181 votos: Narciso da Silva Rosa, 81 votos.
Em 1º de abril de 1924, foi instalado o Cartório de Registro Civil e Anexo, o oficial era Sebastião Baptista Camargo, sendo lavrado o primeiro registro de nascimento em 5 de abril de 1924.
Em 1923, foi instalado a 1maquina de benefício de arroz e café, pelo Sr. Joaquim Fúrio em sociedade com o Sr. Alfredo Magatti.
Entre os anos de 1925 à 1932, em decorrência da grande quantidade de café que se colhia entre os médios e pequenos cafeicultores, os compradores de café, estabeleceram no núcleo urbano, várias máquinas movidas a vapor para o seu beneficiamento. Em 1925, o Sr. Francisco Barbieri, montou a segunda máquina de café, em sociedade com o Sr. Antonio Stocco, que este era também proprietário rural e, diga-se de passagem, também criador de casulos do bicho da seda, que apesar do esforço do técnico Filomeno Monterso, não teve a desejada rentabilidade para prosseguir.
Em 1928, o Sr. João Borges montou a terceira máquina de benefício de café, em 1930, o Sr. Ferminio Pinto montou a quarta máquina, sendo o seu sucessor proprietário em 1931 o Sr. Cesário Tuma; Em 1932 o Sr. José Dib montou a quinta máquina. Resta dizer que por esta época as máquinas do Sr. Joaquim Fúrio e Barbieri &Stocco já tinham fechado. Os grandes cafeicultores tinham em suas fazendas as suas próprias máquinas. Diga-se ainda que, antes da chegada do transporte por caminhões, toda essa imensidade de sacas de café beneficiados por essas máquinas, seguiam para embarque na estação ferroviária de Catanduva, transportados em 15 carroças puxadas por burros, que existia no distrito, trabalhando pelo sistema de aluguel, que alias, incorporavam uma tropade noventa burros.
Neste período, começou a fase de ouro do distrito, na rua 2 (Benedito Borges da Silveira), as casas comerciais abriam as suas portas confiante no progresso, principalmente os armazéns de secos e molhados, que além de vender todos tipos de gêneros alimentícios, vendiam também variados estoques de tecidos, louças, talheres, calçados, chapéus, capas boiadeiras, munições e armas de fogo, artefatos de costura, bebidas, defensivos agropecuários e todos os tipos de ferramentas e acessórios para o amanho da terra. Basta dizer, que o comercio de Elisiário, estava completo, a Escola Reunidas de Elisiário, tinha sido transferido em 1927 para a Rua2 esquina com a Av. 3, respectivamente Benedito Borges da Silveira e Ernesto Avanci, que em 04 de abril de 1932, foi anexado a quarta série com o nome de Grupo Escolar de Elisiário.
Já estavam estabelecidos, um consultório médico de Clinica Geral e Obstetrícia do Dr. Plínio Palhares, duas farmácias, um dentista, dez armazéns, de secos e molhados, duas sapatarias, uma selaria, uma padaria, três bares, duas alfaiatarias, um cinema mudo, luz residencial até a meia noite, com a máquina dinamelétrica movido a motor do Sr. Estevam Bonfanti, dois salões de barbearia e cabeleireiros, posto de correios, posto de telefone, cadeia pública, sub-delegacia de policia, cartório de registro civil, subprefeitura, sendo o primeiro subprefeito o Sr. Antonio Stocco, que também foi o primeiro vereador a representar o distrito de Elisiário, na Câmara Municipal de Catanduva.
No ano de 1926, também aparecia os primeiros veículos motorizados no distrito, o primeiro foi um carro de praça (taxi) Ford ano 1924, do Sr. FelicioBrumatti e logo em seguida o Sr. Emilio Massarioli, com um caminhão Ford ano 1920, que logo vendeu e estabeleceu com um carro de praça um Ford ano 1924, também um Senhor Conhecido simplesmente por Nhô Nhô, estabelecera com um caminhão de aluguel, um Ford 1924.
Em 1928, foi formada a corporação do Escotismo de Elisiário, pelo Prof. Gastão Silveira, que, aliás, era este, juntamente com os Profs. João Aires e Maria Augusta Rodrigues os primeiros Profs. de Elisiário.
Essa corporação de Escoteiros de Elisiário tornou-se gloriosa, foi consagrada pela população da época, como destaque das coisas boas que o distrito possuía, tanto pela sua aprimorada fanfarra, representada pelos seguintes meninos: Primeiro corneteiro, Americo Magatti: segundo corneteiro, Natalino Mafra: tambor surdo, Raul Magatti: caixa de rufo, Francisco Montini: caixa de querra, Silvio Montini, como também, pela evolução do corpo de tropas e manobras de armas, que era formados por trinta escoteiros uniformizados à caráter, posto que , dado à sua notável influência, eram convidados para apresentar as suas evoluções até mesmo em cidades vizinhas.
Nesta mesma época, com o amplo apoio do Sr. Antonio Stocco, foi formada a Banda Marcial de Elisiário pelo maestro e Alfaiate Sr. Adolfo Alvarenga, essa corporação musical era formada de 16 músicos, todos uniformizados, que teve também marcante consagração da população.
E o nobre Vereador e Administrador do distrito, Sr. Antonio Stocco, foi mais longe, fundou em 1926, o S. Bento Futebol Clube, nome esse emprestado do local onde foi implantado o campo de futebol, a Praça S. Bento, que fora reservado para a construção da Capela em louvor ao referido santo, onde tornou-se gloriosa essa equipe de futebol, com a presença atuante dos famosos jogadores: Agostinho dos Santos, Jorge Whitacker, Vicente Guedes e outros não menos famosos, que levaram o time a grande disputas, com inumeráveis vitorias.
Quanto ao episódio do abandono da construção da Capéla em louvor a S. Bento em 1923, dado ao descaso da Comissão Pró-Construção, não houve a devida transparência a população, quea outros respeitos era quem estava dando a sua contribuição financeira e moral para que essa Capela, fosse construída, porquanto já tinham construído o alicerce do prédio e muito material e outros recursos estavam a disposição da Comissão, para o prosseguimento regular desta obra. É muito natural, ouvir entre os moradores mais antigos, a rejeição enfática pelo uso antagônico que foi dado a essa praça, como se fosse um terreno devoluto, com funções mescladas e repetidas, menosprezando a importância pela sua destinação reservado no loteamento Imobiliário. Essa praça, sabem os mais antigos, foi doada com todas as legalidades pelo seu legitimo proprietário, em escritura pública, lavradas em notas de Tabelião, portanto dotado de fé pública, em benefício a Igreja Católica, com cláusula formalizada a sua destinação, que seria a construção de uma Capela, circundada de área verde. De modo que a infringência a um preceito dessa natureza, representa ofensa direta a população, senão a estrutura da comunidade.
Em 1932, duas personalidades marcante na história de Elisiário, transferiram as suas residências para a cidade de Catanduva, o professor Gastão Silveira, Baluarte do Magistério Público foi promovido à ocupar grau superior e o Sr. Antonio Stocco, este de certe forma continuou vinculado a este distrito por meios de seus negócios, pois além de outros, estabelecera também como comprador de algodão e com máquina de descaroçamento dessa matéria prima, visto que com a chegada da colônia japonesa na região, a cotonicultura teve grande impulso, contribuindo em larga escala como fonte de renda ao distrito.
Entretanto, com a mudança desses homens, a Corporação de Escoteiroe a Banda Musical entraram em declínio e foram a decadência total.
Por volta de 1934, a Companhia Nacional de Energia Elétrica passou a fornecer energia elétrica no distrito, com iluminação também nas principais vias públicas, que até então, eram iluminadas a lampiõesà gás, com a devida manutenção do Sr. Ursulino Jorda. Foi também instalado o cinema falado de propriedade do Sr. Benedito Machado, que era Oficial interino do Cartório de Registro Civil. Em 1936 em vista à grande demanda por matrículas no Grupo Escolar, o Prefeito Municipal de Catanduva Dr. Alfredo Magatti, requereu a Fazenda do Estado (Proc. Do Patr. Imob. Do Estado), um prédio maior para funcionar o Grupo Escolar, o qual teve a sua inauguração no começo do ano letivo de 1938, com o mesmo nome de Grupo Escolar de Elisiário.
Esta foi uma época marcante pelos seus eventos sociais, como os grandes carnavais, com ricas fantasias e a coroação de rainhas, onde era possível admirar a beleza da mulher elisiarense, tudo isso favorecendo a realização de suntuosos bailes que eram realizados no salão do Cine S. Bento.
Também nesse período renasceu uma outragrande equipe de futebol, com notáveis jogadores como Plânica, Deodato, Joaquim Collega, Pedrão Messias, Aureliano Jorge, Jovelino, Pipí, Nabih e outros.
Entretanto por outro lado a economia do distrito não ia muito bem, com o conflito da segunda Guerra Mundial, as exportações foram interrompidas e com isso o café baixousua cotação no mercado financeiro, motivando o desanimo dos cafeicultores. As máquinas de benefício foram aos poucos fechando sobrando apenas a máquina do Sr. José Dib que teve comosucessor o Sr. Antonio Fernandes Leão. Os Trabalhadores das lavouras de café(meeiros) também desistiram, procurando trabalhos nas cidades, principalmente na grande S.Paulo, onde a indústria estava em fase de desenvolvimento dos manufaturados, trazendo desta forma o êxodo rural e em conseqüência o encerramento das atividades de muitas casas comerciais.
Porem, alguns antigos comerciantes, aceitaram o desafio da evasão populacional e ficaram, se bem que, mais pelo amor à comunidade que viram surgir aos poucos, através dos anos. Deve-se, no entanto, menção honrosa a esses primeiros comerciantes, que com pertinácia e intrepidez, foram preparando o caminho, embora longo, até o povoado atingir a sua jurisdição distrital, abrindo ensejo para que através de gerações futuras, preparassem um terreno fértil, para a sua emancipação Político-Administrativa.
Destaca-se o Sr. Joaquim Jorge Estevam, que mudou-se para cá em 1917, para trabalhar como serrador braçal de madeiras, depois como formador de cafeeiros e em 1923, estabelecera no comercio, instalando a "Casa do Lavrador", (armazém de secos e molhados) aí permanecendo por 21 anos, onde mais tarde tornou-se agropecuarista de renome. Lutou pelo engrandecimento de Elisiário, principalmente por volta de 1937, que em vista do aumento da população, a Capela tornara-se pequena para abranger os fiéis, este Sr., que era Presidente da Comissão Administrativa da Igreja, juntamente com os Srs. José Riscala, Flaminio Tonelo e José ngelo, conseguiram gratuitamente da Câmara Municipal de Catanduva, em favor a Igreja Católica, uma quadra de terras de 5.000 m² de área, para a construção da atual Matriz da Imaculada Conceição, conforme Certidão expedido pelo Primeiro Cartório de Registro de Imóveis e Anexos da Comarca de Catanduva, pela Transcrição 5.723, do livro 3-U, de Transcrição das Transmissões, as folhas 88, de 18 de novembro de 1937.
Destaca-se também o Sr. Emilio Massarioli, que veio da zona rural em 192, para explorar o negocio de carroceiro. 1926 adquiriu um pequeno caminhão Ford, logo depois, um automóvel Ford ano 1924, dedicado a explorar o ramo de taxista, permanecendo nessa profissãopor sessenta anos.
Outro cidadão que muito fez para Elisiário, foi o Sr. Alfredo Magatti, que veio da cidade de Catanduva, onde trabalhava como carroceiro, trabalho aqui, como sócio da máquina de arroz e café do Sr. Joaquim Fúrio, Em 1924, passou a trabalhar por conta própria no ramo de padaria, mais tarde estabeleceu-se com um bar e em 1926, estabelecera com a gerência de seu filho Alcino, a "Casa Victória" (armazém de secos e molhados). A Casa Victória, foi a maior casa comercial naquele tempo em Elisiário, visto que, o seu estoque de mercadorias era dos mais variados que se conhecia, tinha até bomba de gasolina, não só para abastecer os seus próprios caminhões, como outros veículos que transitavam por aqui. O Sr. Alfredo Magatti, foi Sub-Prefeito do distrito por volta de 1935-39, e também Presidente da Comissão da Igreja Católica. Foi com sua administração demolida a antiga Cadeia, que era construída de tábuas e construído no mesmo local, um prédio de alvenaria, com compartimentos para Posto Policial, 2célas para detenção provisória e casa de carceragem. Foi também construído por sua indicação, conforme já descrito o Grupo Escolar de Elisiário e o prédio onde funcionou por muitos anos, a Sub-Prefeitura àrua 2(Benedito Borges) nº 518. Era na sua residência e na de seu filho Alcino que eram recepcionados as autoridades visitantes, principalmente nos eventos Pastoriais, com as visitas dos Padres Missionários Redentoristas.
Todavia, pela sua integridade de caráter, tornou-se muito respeitado e amigo de toda a população, adquirindo grande clientela em seu estabelecimento comercial. Na época do prodígio do café, o Sr. Alfredo Magatti, era o depositário das economias dos pequenos sitiantes e meeiros de café. Quando em 1935 a colônia japonesa chefiada pelos Srs. Koei Arakaki e Saburo Arakaki que cultivaram 200 alqueires de terras em plantio de algodão na fazenda Pau D’Alho de propriedade do Sr. Antonio Carlos de Arruda Botelho, foi a Casa Victória por intermédio de seus familiares que faziam todos processamentos de dados desses cotonicultores, inclusive pagamentos dos assalariados que aliás era de enorme proporções e diga-se mais, todo esse trabalho eram feitos por meios manuscritos.
A Casa Victória tornou-se famosa, pois era um tipo de Casa Bancária do distrito.
A pessoa do Sr. Alfredo Magatti, é imortalizada com o seu nome em uma Avenida desta cidade.
Outro comerciante, que também enfrentou a grande crise de retrocesso comercial, da então Vila Elisiário, que merece menção honrosa nesta história, pelo exemplo de homem honesto e trabalhador foi o Sr. Manoel Augusto Jorge, conhecido por Mané Padeiro. Este veio para Elisiário por volta de 1926, onde dedicou ao trabalho de padeiro ambulante, vendendo seus pães de fabricação caseira, aos sitiantes e nas colônias das fazendas de café, andando à pé, com sua mercadoria acondicionada em sacos de aniagem transportadas as costas.
Após três anos de muito sacrifício, em 1929, comprou do Sr. Alfredo Magatti, a pequena e única padaria do vilarejo, por 12 contos de reis, Aí com trabalho e com o auxilio de sua esposa Dª. Rosalva pode desenvolver e ampliar o seu estabelecimento num grande centro comercial, com o nome de Bar e Padaria do Ponto, onde encontrava-se em suas vitrinas variadíssimo tipos de pães doces e salgados e também chamados "doces de massa" da mais alta qualidade, tudo isso, feitos com muito carinho pelas mãos do Sr. Mané Padeiro, que sempre eram encomendados por quem passavam por aqui vindo de outras cidades, até mesmo de grande centros como S. José do Rio Preto.
O Sr. Mané Padeiro, já então pequeno industrial, comerciante e pequeno agropecuarista distinguira-se pelo seu caráter humanitário, tratava todos com gentileza e respeito, o que proporcionou-lhe grande simpatia de toda população.
Nas épocas de festas em beneficio da Igreja Imaculada Conceição, com leilões freqüentes para angariar recursos para a construção desta, a enorme quantia de assados eram preparados no forno de sua padaria gratuitamente.
Neste bar, além de ser ponto de ônibus intermunicipais para embarquee desembarque de passageiros, era também, onde reuniam-se quando em visitas pelo interior do estado, grandes vultos da política brasileira, dos escalões federais, estaduais e municipais, onde deixavam sempre um abraço amigo ao proprietário, Sr. Manoel Augusto Jorge.
O Sr. Manoel Augusto Jorge, tem a sua pessoa homenageada com nome, em uma Avenida desta cidade, como símbolo do trabalho, que através de suas experiências, pode mostrar o valor do trabalho, na construção do homem.
Outro grande vulto da história de Elisiário foi realmente o médico Dr. Plinio Palhares, cujos trabalhos prestados a esta comunidade é para sempre, motivo de orgulho. Transferiu sua residência para cá em 1926, vindo da então capital federal a cidade do Rio de Janeiro, para clinicar medicina geral e Obstetrícia. Sua presença aqui não ligou-se somente a medicina, mas também à administração pública do distrito, na qualidade de Sub-Prefeito por vários anos. Como médico, sua bondade granjeou-lhe estima e admiração de toda a população, que além de médico, um benfeitor com objetivos elevados, fez-se pobre para sentir melhor seus votos de humildade, junto a aqueles que mais precisavam da sua ajuda, como os honorários médicos e até mesmo os recursos para adquirirem os medicamentos. Encontrou aqui um índice de mortalidade elevado, em conseqüência da disenteria por intoxicação alimentar, causado pela falta de conscientização de higiene dos pais.
Para debelar esse mal, era precioso à conscientização da população e esse médico lançou-se à essa árdua tarefa com "Campanha da Nutrição Infantil", que visava a educação alimentar, higiene alimentar, conservação dos alimentos e sobretudo sobre o uso da água poluída e contaminada. Foi um trabalho difícil e demorado, mas trouxe bons resultados, diminuindo muito a mortalidade infantil, se bem que, com o agravante de a imunização por vacinas, ainda estar muito restrito, pois só eram vacinadas as crianças na idade escolar, assim mesmo somente contra varíola e o sarampo. Em 1932, sem deixar o seu consultório médico e com a vaga deixada pelo Sr. Antônio Stocco, o Dr. Plínio assumiu a Sub-Prefeitura do Distrito.
Como Administrador público, também demonstrou grande capacidade, reformou o jardim, (antiga praça S. Bento) que ficara inacabado pelo seu antecessor. Mandou abrir um poço para captação de água com bomba de cata-vento, com distribuição da rede de água em todos os canteiros. Construiu um Coreto tipo Caramanchel (sem telhado, coberto por plantas trepadeiras ornamentais e floríferas) e ao redor deste, um circulo de 30 metros de diâmetro, circundado com mureta de alvenaria, para cantigas de roda. Colocaram 25 bancos de granitos, todos sombreados por arvoredos, iluminação com os pedestais das lâmpadas em alvenaria molduradas. Plantou árvores de essência nobre e canteiros de flores diversas, com destaque para o lado que fazia frente à Rua2, com o nome de Elisiário estampado em canteiros floridos. Construiu também um parque infantil(Play-Ground). Esse jardim teve grande acesso da população de Elisiário, como recinto de lazer.
Foi reconstruído o Matadouro Municipal, posto que existia como tal, um simples curral provisório, construído com varas de madeiras roliças, em terreno cedido pela família Zancaner, foi também gramado o campo de futebol(hoje Estádio Com. Antônio Stocco). Em 2 de junho de 1943, juntamente com amigos fundou o CAE(Clube Atlético Elisiário), com sede social no salão do Ex-cine S.Bento, prédio esse, de propriedade do Sr. João Kater. Foi eleito por aclamação o seu primeiro Presidente Administrativo, sendo reeleito por várias vezes, em junho de 1946, foi eleito sócio Benemérito Permanente.
Já em idade avançada, esse grande benfeitor de Elisiário e sua esposa D. Dulce em 1946, transferiram suas residência para a cidade de Catanduva, mais à pedido dos médicos desta cidade que desejavam ampará-los, onde prestou pequenos serviços médicos ao Hospital Padre Albino, também conhecido por Santa Casa de Misericórdia. O Dr. Plinio Palhares, dedicou grande amor ao povo de Elisiário, pois mesmo transferido sua residência, não deixou de visitá-los ainda por vários anos, duas vezes por semana, com atendimento clínico à população.
Em 1945, foi deposto o governo ditatorial e os ideais democráticos ressurgem, retomando-se o caminho constitucional. O municipalismo ganhou corpo com a Constituição de 1946. Assim ficou assegurada a autonomia política administrativa e financeira do município, pela eleição do prefeito e dos vereadores.
Todavia, a partir de 1950, o distrito de Elisiário, teve notável representatividade política, na Câmara Municipal de Catanduva. Aliás, com destaque, para o vereador Benedito Borges da Silveira, que pela sua magnitude de caráter e a sublime volição de prestar de prestar ajuda aos seus semelhantes, ligado a extraordinária facilidade de comunicação com as pessoas, tornou-se grande amigo de toda a população, tanto que em 1950, na época das eleições municipais, foi apoiado por numerosas e tradicionais famílias elisiarênse e indicado, para concorrer as eleições como candidato a vereador para representar o distrito de Elisiário, edilidade catanduvense.
O Sr. Benedito Borges da Silveira, veio para Elisiário ainda criança, no ano de 1924, junto com seus familiares, da cidade de Dobrada SP, onde nasceu à 17 de maio de 1913. Aqui cresceu trabalhando como lavrador junto com irmãos e o pai, que era pequeno agricultor proprietário.
Em 1940, após, contrair matrimônio com DonaTerezinha Carlos Borges foi morar e trabalhar na zona rural como arrendatário, em outro município, onde dedicou-se a cultura de algodão e cereais. Em 1946, retornou à vila Elisiário, vindo a ser proprietário rural comerciante de gado bovino.
Feito candidato, para disputar as eleições de 1950, coube a esse Sr. À arregimentar a população volante do distrito (que era insuficiente para eleger um vereador) e proporcionar meios para o cadastramento dos que preenchiam os requisitos legais da Lei eleitoral, aliás encontrando neste trabalho muitos obstáculos, haja visto, que muito cidadãos não tinha sequer, registro de nascimento. Foi um trabalho árduo, mas como muita prudência e bom senso conseguiu alistar, perto de quinhentos eleitores.
Eleito vereador para cumprir mandato legislativo de 1951-1954, juntamente com outro elisiarênse que também fora eleito vereador, embora em partido político divergente o Sr. Elso Calegari (que não cumpriu mandato por discordância política em seu partido).
O Vereador Benedito Borges, que tinha como prioridade de seu mandato o desenvolvimento das estruturas sociais e políticas do distrito, principalmente ao que se refere àsaúde e educação, trouxe para Elisiário entre outros o maior beneficio a comunidade distrital elisiarênse, que a construção do prédio à Rua2 nº 504, onde instalou o Posto de Assistência Medico Sanitário, que além de atender consultas e pronto-socorros, tinha também como prioridade, o combate intensivo as doenças transmissíveis, vacinação geral contra determinados microorganismos patogênicos, exames laboratoriais, ( esses os pacientes eram encaminhados para o hospital Padre Albino em Catanduva) distribuição de anti-helmínticos, pulverização com inseticidas nas moradias urbanas e rural, conscientização do uso da água potável filtrada, tratamento das cisternas de captação com cal virgem e adição de peixes larvicidas, procedimentos obrigatório da limpeza dos quintas e destruição de recipientes sujeitos à acumulo de água, distribuição de leite em pó para mulheres gestantes e crianças carentes e medicamentos ao podo carente em geral.
O Sr. Benedito Borges da Silveira, foi em seu segundo mandato legislativo (1955-1958) o vereador mais votado no município de Catanduva, Presidente da Câmara de 1955-1956, incorporando juntamente com seu mandato legislativo, o cargo de Subprefeito de Elisiário.
Fez grande amizade com o povo em geral da cidade de Catanduva, foi o vereador mais votado no então distrito de Elisiário, que, diga-se de passagem, somente superado após 37 anos, por outro político com idênticas qualidades, mas desta vez ao cargo de 1º Prefeito do Município de Elisiário. Foi a seu pedido, feito o usucapião do terreno de manobras da antiga estrada de ferro S. Paulo-Mato Grosso, que estava abandonado,para expansão e o respectivo loteamento para construção de moradias, sendo uma parte, permutado com Sr. Antonio Carlos de Arruda Botelho, com uma quadra de mais ou menos 5.000 m²de terras junto ao Cemitério Municipal, para expansão deste.
Esse político deu muito de si, por amor a Elisiário, sem receber nenhuma remuneração pelo seu trabalho. Infelizmente, não cumpriu totalmente o seu segundo mandato legislativo, pois falecera subitamente aos 8 de junho de 1958. A sua pessoa é homenageado com seu nome na principal Rua de Elisiário e na Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau.
Na seqüência das eleições enquanto distrito, outros cidadãos elisiarênse, representaram Elisiário junto a Câmara Municipal de Catanduva, que foram os Srs. Eugenio Grandis, Antônio Fernandes Leão, Hamilton de Carvalho, Euclides Furlan e Agenor Victorino Borghi.
Importa dizer que, dado a proposta de breve retrospectiva desta reflexão histórica, gera impossibilidade de resenhar todas as suas atividades sócio-políticas o que, aliás, já consagrados aos anais da historia do município de Catanduva, identificando aos elisiarense, traços do que se pode chamar de herança cultural.
Em fins de 196, o deputado estadual Dr. Orlando Gabriel Zancaner, de permeio a suas funções legislativa, obteve da Fazenda do Estado, a liberação de verbas para a construção de um prédio para funcionar a Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau neste distrito, embora a Prefeitura de Catanduva teria que doar o terreno para a construção da obra, a Procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado. Forem, a Prefeitura naquele momento, não tinha condições para o dispêndio dos recursos para aquisição do mesmo, tornando-se difícil a realização deste grande beneficio para a comunidade elisiarênse.
Mas era vista da disposição desse deputado, em trazer essa Escola para Elisiário, fez despertar grande interesse na população, que formaram uma delegação de ilustres senhores, denominada de "Comissão Pró-Ginásio de Elisiário" representados pelos senhores: Ucilo Borghi, Pedro Mendes da Silva, Hamilton de Carvalho, Waldemar Jorge Estevam, Alcebíades Rodrigues, João Donato, Manoel Garrote e Lino Cestári, com o patrocínio do deputado Dr. Orlando Zancaner.
O logradouro denominado de Praça do Jardim de S. Pedro, foi o local estabelecido para a construção desta Escola, cujo terreno, com área de 7.840 m², pertencia ao Bispado de Rio Preto, representado pelo seu Bispo Diocesano, D. José de Aquino Pereira, que consultado pela referida Comissão da intenção de adquirirem o citado imóvel, para a construção do Educandário, o Sr. Bispo foi propenso a causa, consentindo na venda dessa gleba de terra, pelo preço de Scr.$ 400,00(quatrocentos cruzeiros novos). Diante disso, a Comissão, num ato solidário e o mesmo tempo, com apoio mútuo da comunidade, conseguiram arrecadar em forma de donativos, o dinheiro suficiente para a compra deste terreno, que, à 23 de dezembro de 1969, foi entregue ao Sr. Bispo, com as respectivas transmissão documentárias em favor a procuradoria do Patrimônio Imobiliário do Estado.
No inicio do ano letivo de 1972, foi inaugurado esse estabelecimento de ensino com o nome de Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau "Prof.ª Aparecida Colturato" e alguns anos depois, para Escola Estadual de Primeiro e Segundo Grau "Benedito Borges da Silveira".
Por volta de 1986-1991, entre as gestões dos prefeitos de Catanduva, Sr. José Alfredo Luís Jorge e Warley Agudo Romão, foi desapropriado da Fazenda Jandaia de propriedade do Sr. Silvio Bueno Neto, uma glebade terras de mais ou menos 50.000 m² de área para expansão urbana com a construção de 109 casas populares, que leva o nome de Conjunto Habitacional Dr. Italo Záccaro.
Em julho de 1989, estando reunidos casualmente, no Bar e Padaria Central, de propriedade dos irmãos Jorge Estevam, os Srs. Manoel Rodrigues Estevam, Waldemar Jorge Estevam, Alcebíades Rodrigues e Carlos Roberto Zaparolli, nasceu a ideia da autonomia político-administrativa do distrito de Elisiário. Embora conscientes, que a legislação pertinente ao referido assunto exigia uma somatória de requisitos, esses Srs. Resolveram reunir argumentos para dar início ao processo emancipatório.
Outras pessoas animadas com o elevado propósito deram as suas contribuições, entre os quais o então administrador do distrito, Sr. Agenor Victorino Borghi, Wladimir Carlos Estevam e o jornalista catanduvense Luís Carlos Teixeira, que ao lado de Zaparolli constituíram o "Movimento Pró-Emancipação de Elisiário", cuja presidência coube à Carlos Roberto Zaparolli. Com total apoio do deputado estadual Edinho Araujo, após concluído a vasta compilação de dados em diversos órgãos municipais, estaduais e federais, esse deputado deu entrada da documentação na Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa do Estado, no dia 6 de fevereiro de 1990, tendo esse processo recebido o nº 1018/90.
Em 31 de julho de 1990, com a aprovação do projeto de lei complementar nº 3/90, de autoria do deputado Edinho Araujo, cuja legislação regulamentava a criação de novos municípios, ficou mais fácil para Elisiário pleitear a sua emancipação.
Em maio de 1991, o processo emancipatório de Elisiário, foi aprovado pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia Legislativa e encaminhado para o Tribunal Regional Eleitoral, para a competente determinação de marcar a data do plesbicito no distrito de Elisiário, qual ficou oficializado para o dia 27 de outubro de 1991.
Em 30 de dezembro de 1991, o governador do estado Luís Antonio Fleury Filho, através da lei estadual nº 7664, elevou o distrito de Elisiário à condição de cidade, criando o município de Elisiário, dentro da Comarca de Catanduva.
No dia 3 de outubro de 1992, com as eleições municipais a nível nacional, foram eleitos e assim constituídos para cumprirem mandatos de 1993 à 1996, os seguintes senhores:
EXECUTIVOS
Filipe Salles Oliveira – Prefeito Municipal
Inivaldo Ap. Meneguesso – Vice-Prefeito
CÂMARA DOS VEREADORES – (09 vereadores)
Gilson Gil – Presidente da Câmara – (1993-1994)
João de Paulo – Presidente da Câmara – (1995-1996)
Antônio Pauloni
Joaquim Fernandes de Souza
Joaquim Fernandes Chaves Neto
Pedro Bonezzi Fernandes
Sebastião de Oliveira Rocha
Olímpio Alberto Guandalini
Claudecir Bega.
ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE MUNICIPAL
Gilson Gil – Presidente da Assembléia Municipal Constituinte
Olímpio Alberto Guandalini – Vice-Presidente
Claudecir Bega – 1º Secretário
Joaquim Fernandes de Souza – 2º Secretário
COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO
João de Paulo – Presidente
Pedro Bonezzi Fernandes – Vice-Presidente
Joaquim Fernandes Chaves Neto – Relator
COMISSÃO DO PODER LEGISLATIVO
Olímpio Alberto Guandalini – Presidente
Sebastião de Oliveira Rocha – Vice-Presidente
Antônio Pauloni – Relator
COMISSÃO DO PODER EXECUTIVO E DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Antônio Pauloni – Presidente
João de Paulo – Vice-Presidente
Pedro Bonezzi Fernandes – Relator
COMISSÃO DE FINANÇAS E ORÇAMENTOS
Joaquim Fernandes de Souza – Presidente
Olímpio Alberto Guandalini – Vice-Presidente
Pedro Bonezzi Fernandes – Relator
ASSESSORIA
José Luís Pickarte e Wilson José Borghi.
Nas diretrizes deste registro histórico, sugerimos conduzir este trabalho, com as regras do bom senso, com a finalidade de registrar não somente a historia propriamente dita, como também, num critério cultural mais amplo, homenagear os grandes vultos que foram as colunas mestre da construção do atual município de Elisiário.
Diante disso, cumpre-se o dever de registrar, com menção honrosa, mais um personagem com relevo no cenário politico deste município.
Trata-se do Sr. Filipe Salles Oliveira, filho de tradicional e honrosa família catanduvense.
Ainda muito jovem, assumiu a gerencia de sua propriedade agrícola e Fazenda "Pau-Ferro", localizada neste município, onde demonstrou por vários anos, grande capacidade administrativa, com destacável retidão de caráter e lisura de trato com seus empregados, que eram tratados como amigos.
O Sr. Filipe, sempre teve grande predileção por Elisiário, onde angariou com seu convívio de longe de longos anos, imensidade de amigos, visto que na época do plesbicito emancipatório do distrito, o povo estava propenso a votar não a emancipação, mesmo porque, havia prenuncio de muita dificuldade para consolidar um município pobre, despojado das prioridades essenciais ao seu desenvolvimento.
A pedido de amigos, dias antes do plebiscito lançou sua candidatura a prefeito municipal, convidando o Sr. Inivaldo Aparecido Meneguesso para concorrer a Vice-Prefeito. Diante disso, o povo que conhecia o mérito deste moço, mudou de ideia, o que resultou em 83% de votos "sim".
Em 3 de outubro de 1992, nas eleições municipais a nível nacional, foi eleito com surpreendente votação, conseguindo entre 1687 eleitores, a maioria de 1116 votos, sendo nesta época um dos prefeitos mais jovem de São Paulo.
Assessorado pelo Sr. Wilson José Borghi, Prefeito Filipe engajou na luta pelo resgate ao desenvolvimento do município alias com trajetória brilhante a frente do executivo, ligado a altos objetos usando de instrumento nobre a consolidar com diplomacia, essa obra de tamanha significação, pontuado com trabalho inteligente, aliado ao carisma do grande universo de suas amizades nas áreas governamentais do estado e da união, providenciando garantias para a construção de uma nova Elisiário, através de planejamentos, com a implantação de indústrias no município para criação de empregos e incentivos as técnicas hortifrutigranjeira e agropecuária, através de um Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, formado por representantes dos setores públicos e comunidade rural, com disponibilidade de máquinas aos produtores para o preparo do solo, dando oportunidade ao aumento da produção e produtividade.
Com auxilio de sua empresa a 1ª Dama Silvia Marchesoni de Oliveira, tem enfatizados os aspectos sociais (imediato e duradouro) com crianças e adolescentes, com prioridade aos menos favorecidos, na educação e em práticas esportivas, com difusão ao amor pela arte (música e artesanato), propiciando condições de formar gerações sadias, com possibilidade de participarem de uma sociedade mais justa e alcançarem plena cidadania.
Enfim, Elisiário graças ao trabalho edificante do seu 1º Prefeito Municipal, comunga junto a outros modernos municípios, uma Administração totalmente informatizada, com invejável frota de veículos e maquinarias em geral.
Por tudo isso, o elisiarense através de seus heróis, que no perpassar dos anos, construíram a história desta cidade, que investindo na cidadania de nossa gente, poderemos sempre nos orgulhar de Elisiário.
POSIÇÃO GEOGRAFICA DO MUNICIPIO
A posição geográfica do município de Elisiário, está situada no planalto ocidental do estado de S. Paulo, localizado na microrregião da Média Araraquarense, a noroeste da Capital, ocupando uma área de 94 Km², desmembrado do Município de Catanduva, determinado pelas coordenadas; 21º10’06" de latitude S; e 49º06 ‘ 35" de longitude W; Tem como municípios limítrofes: Catiguá (norte); Catanduva (leste); Marapoama (sul); Urupês (oeste); e Ibirá (noroeste). Elisiário apresenta clima tropical com inverno seco e verão chuvoso, o período das chuvas ocorre de setembro a fevereiro. Sua principal atividade econômica é a agricultura (cana, laranja e pecuária). O município possui diversos rios, sendo o principal o rio Cubatão, que marca divisa com município de Marapoama. Além deste há ainda o Córrego do Gengibre, da Limeira, das Bicas e outros.
A sede municipal dista da capital do estado em 396 km e tem como Comarca Catanduva a15 Km. O dia do município é comemorado no dia 09 de agosto. O dia 08 de dezembro é consagrado o dia da Padroeira Imaculada Conceição.
O município de Elisiário, conta ainda com o povoado de Caputira, junto a estrada vicinal que liga Elisiário à Washington Luís.
Caputira ficaa 6 km da sede municipal e se encontra em vias de desenvolvimento, possui luz elétrica, agua encanada, um estabelecimento comercial, telefone (particular), escola de 1º grau, um Santuário Católico, e alguns pontos de lazer (salão para eventos festivos, campo de futebol e campo de bocha) e com a via principal pavimentada. O vereador pela Câmara Municipal de Elisiário, Sr. João de Paulo é residente em Caputira, foi eleito Presidente da Câmara (1995-1996).
O BRASÃO DE ARMAS MUNICIPAIS
Em 30 de junho de 1993, foi aprovada pela Câmara Municipal e promulgada pelo Senhor Filipe Salles Oliveira Prefeito Municipal de Elisiário, a Lei nº 020/93, que dispõe sobre a instituição, a forma e apresentação dos Símbolos do Município de Elisiario.
O Brasão de Armas do Município, de autoria do heraldista e vexilólogo, Dr. Lauro Ribeiro Escobar, do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito, assim se descreve: escudo ibérico de blau com um leão rompante de ouro empunhando uma alabarda em pala de prata e chefe de ouro carregado de três trompas de caça de goles viroladas e encorreadas de sable: o escudo é encimado de coroa mural de prata de oito torres, suas portas abertas de sable e tem como suportes a dextra uma haste de cana-de-açúcar e a sinistra, um ramo de laranjeira, ambos folhados e produzindo ao natural; listel de blau com o topônimo "Elisiário" de ouro.
O Brasão de Armas tem a seguinte interpretação: o escudo ibérico era usado em Portugal a época do descobrimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e desbravadores da nossa Pátria; A cor blau (azul) do campo do escudo tem o significado de justiça, formosura, doçura, nobreza, vigilância, serenidade, constância, firmeza incomparável, dignidade, zelo e lealdade, assinalando os atributos de administradores e munícipes na diuturna dedicação a um produtivo labor, no firme propósito do desenvolvimento e progresso do município e também se referindo as belezas naturais da região; O leão rompante (de pé sobre as patas traseiras), de ouro empunhando uma alabarda de prata, posta em pala (em posição vertical) é o timbre das Armas da família Ferraz, lembrando a figura de José Ribeiro Ferraz, que vindo de Sorocaba em 1873, adquiriu terras, fixando-se no local com esposa e filhos e de suas propriedades, situadas no local onde se encontra a sede nos dias de hoje, loteou parte por volta de 1920, contribuindo decisivamente, para a total implantação do povoado; é o leão símbolo heráldico da força, grandeza, coragem, magnanimidade e vigilância e o mais nobre animal de Heráldica; A alabarda é alegoria de boa guarda e da família sempre forte e vigilante por seu futuro; há no conjunto heráldica referencia aos predicados interesses do povo de Elisiário e a boa guarda propiciada pelos administradores; o metal ouro, é símbolo de esplendor, riqueza, generosidade, nobreza, glória, poder, força, fé, prosperidade, soberania, mando alusão ao esforço dos munícipes que depondo irrestrita fé no Criador, buscam a prosperidade e a glória para o Município; O metal prata é emblema de felicidade, pureza, temperança, formosura, verdade, franqueza, integridade e amizade, referencia aos bons sentimentos e caráter integro dos munícipes e ao ambiente de harmonia e compreensão de que desfrutam; O chefe é a primeira das peças honrosas de primeira ordem e as trompas de caça, degoles (vermelho), viroladas e encorreadas de sable (com as virolas e correias de preto), constituem-se no símbolo heráldico das caçadas promovidas por Elisiário Ferreira Camargo de Andrade, primeira atividade praticada no local onde situa o Município e por extensão, evoca a figura desse homem de visão, que por volta de 1908 determinou o loteamento de parte de suas terras dando inicio ao povoado que vem hoje a ser a sede municipal; A cor goles (vermelho) é emblema de audácia, valor, galhardia, intrepidez, honra e nobreza conspícua e a cor sable (preto) de prudência, fortaleza, constância, simplicidade, sabedoria, ciência, gravidade, honestidade, firmeza, moderação, silencio, e segredo, heráldica homenagem as virtudes dos pioneiros colonizadores da região, legadas a seus pósteros; A coroa mural é o símbolo da emancipação politica e de prata com oito torres das quais unicamente cinco estão aparentes, constitui a reservadas as cidades; As portas abertas de sable (preto)proclamam o caráter hospitaleiro do povo de Elisiário; A haste de cana-de-açúcar e o ramo de laranjeira em franca produção, atestam a fertilidade das terras generosas de Elisiario, de que são importantes produtos e apontam as lides do campo, como fator básico da economia municipal; No listel de blau (azul), o topônimo "Elisiário", com letras de ouro, identifica o Município.
DA BANDEIRA MUNICIPAL
A Bandeira Municipal de Elisiário, de autoria do heraldista e vexinolólogo, Dr. Lauro Ribeiro Escobar, do Conselho Estadual de Honrarias e Méritos, assim se descreve: Retangular de amarelo, cm um triangulo de azul, movente da tralha, carregado por um triangulo de branco, e este do Brasão de Armas; Tem a Bandeira 14 m (quatorze módulos) de altura, por 20 m (vinte módulos) de comprimento; o triângulo de azul, tem a base coincidente com a tralha de 18 m (dezoito módulos) de altura; o triangulo branco que carrega, tem a base superposta a do primeiro e 11 m (onze módulos) de altura e o Brasão de Armas tem 6,5 m ( seis módulos e meio) de altura, o triangulo superposto na base formam uma ponta de lança, a simbolizar o impulso irrefreável com que Elisiário avança um futuro de progresso.
DO HINO MUNICIPAL
Conforme dispõe a Lei nº 020/93 de 30 de junho de 1993, fica o Prefeito Municipal, autorizado a contratar os serviços de um compositor ou instituir concurso para a escolha do Hino Municipal.